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Constituição Histórica

Dentre os educandários públicos, destaca-se o Centro de Ensino Médio 304, que foi criado com o objetivo de trazer à cidade de Samambaia o primeiro estabelecimento público de ensino médio. Essa escola foi inaugurada em 4 de abril de 1993 pelo governador Joaquim Roriz, pela secretária de Educação do Distrito Federal, Sra. Eurides Brito e pelo Diretor Executivo da então Fundação Educacional do DF, Sr. Marco Antônio de Morais e reconhecido posteriormente pela Portaria Nº 10 de 15.01.1997, SEEDF.

A escola nasceu da vontade da comunidade local da época que se mobilizou e coletou cerca de 5000 mil assinaturas em um abaixo-assinado que foi entregue nas mãos do então governador Joaquim Roriz na administração regional da cidade. Número expressivo se considerarmos as características e dificuldades da época. Houve empenho de todos, pois os adolescentes e jovens tinham que estudar em cidades vizinhas e distantes, como o Gama.

“Entreguei pessoalmente nas mãos do governador na época...”

(Mirtes, moradora e servidora da escola)

 

Os moradores da comunidade local e primeiros servidores lembram a precariedade tanto da escola como da cidade, já que ambas tinham sido criadas recentemente. Poeira, ausência de linhas de ônibus nas proximidades, ausência de serviços essenciais na área de saúde e segurança eram problemas comuns.

 

“(...) O portão não era para ser desse lado, era pra ser do outro “ Nós acompanhamos desde o início e só podíamos estender roupas só depois das seis da tarde. Sofremos muito porque a poeira da construção ia pra dentro das nossas casas.” (Mirtes, moradora e servidora da escola)

Lembram que interviram na arquitetura da escola que previa os portões virados para onde é hoje a cantina escolar e solicitaram aos engenheiros a mudança do acesso à escola para onde está atualmente.

“A minha filha foi uma das primeiras a vir para cá na sexta série e tudo foi muito rápido. Inclusive o início das aulas se deu sem a inauguração, que só aconteceu mais de um mês depois.” (Mirtes, moradora e servidora da escola)

A 6ª série foi escolhida para o início das matrículas na escola no turno diurno após consulta à comunidade local e 5ª série para o noturno. Esta Unidade de Ensino ofereceu, até 1999, ensinos de primeiro e segundo graus. Essa primeira modalidade de ensino foi sendo gradualmente substituída pela de Ensino Médio. De acordo com relatos dos professores mais antigos e servidores, alguns alunos iniciaram a 6ª série (hoje sétimo ano) na escola e permaneceram como mesma turma até o final do Ensino Médio. Com saudades, relembram a união e o sentimento de pertencimento da escola. Esses ex-alunos promovem encontros anuais para relembrar esse tempo e mantêm contato através das redes sociais nos dias atuais.

“Todos os anos a Érika participa do encontro dos ex-alunos que iniciaram a escola”. Mirtes, moradora e servidora da escola.

A primeira diretora da escola foi Deusuíta Coelho de Souza e vice-diretora Adozina Braga Ferraz. Ambas fizeram um trabalho marcante juntamente com a comunidade escolar, sedenta em manter a escola unida e angariar recursos, já que não havia verbas públicas. Servidores como Mirtes Olegário de Almeida, Fabian Alves Pamplona, Ricardo da Silva Rabello, Tunílio Teixeira Milhomem Filho, Maria Amelice Teixeira de Souza, Eunice Vasconcelos dos Santos, Maria Helena da Silva Gama, Jário Costa da Rocha, Raimundo Rocha que chegaram à escola para somar forças desde o início e fazerem a diferença, ajudaram a construir a escola com muito esforço e dedicação desde o seu início.  Alguns ainda permanecem, outros trabalham em outros estabelecimentos escolares ou já se aposentaram.

Segundo relatos de servidores e professores como Maria Helena, Jário, Rocha, Fabian, Mirtes e Eunice, naquele tempo, não havia problemas na participação da comunidade, pois constantemente estava presente nos eventos culturais ou reuniões deliberativas.

“Naquela época havia encontros religiosos com os jovens e os padres celebravam missas. Havia festa junina, festival de danças, teatro, gincanas e o projeto Tradição Brasil. Eu fui aluna dessa escola. Arrecadávamos mantimentos e material de limpeza para os portadores do vírus HIV, tinha também campanha do agasalho...” Depoimento da servidora Maria Helena da Silva.

Ao longo desses últimos 24 anos, diversos projetos aconteceram nessa instituição, envolvendo os três turnos, como: gincanas entre os estudantes, festivais de música e dança, campeonatos de xadrez, festivais gastronômicos envolvendo a culinária típica regional brasileira, feiras de arte e ciências, concursos de redação e literatura, festas, torneios desportivos entre professores e alunos. Dentre os projetos criados nos primeiros anos, destaca-se a “Tradição Brasil” que além de promover o encontro de toda a comunidade com festas voltadas para a cultura brasileira como a festa junina, ainda angariava fundos para a Associação de Pais e Mestres – APAM.

Passaram pela direção da escola até o presente momento, 7 equipes de direções, sendo elas abaixo apresentados na ordem de diretor (a) e vice-diretor (a) com o mandato assim constituídos: Deusuíta Coelho de Sousa e Adozina Braga Ferraz ,indicadas pelo governo; Loide Bastos Barbosa e Paulo Vieira, escolha dos professores e servidores para mandato provisório; Francisco Barbosa e Jário Costa da Rocha, eleitos pela comunidade escolar; Francisco Barbosa e Clayton da Silva Braga, eleitos pela comunidade escolar; Fabian Alves Pamplona e Daniel Peters Gusmão Vieira, prova específica realizada pelo governo; Jeane  Selma Rego Gomes e Tadeu Antônio Silva Cruz, indicação do governo; Cynara Martins de Sousa Mota e Andrea de Oliveira Amorin / Cynara Martins de Sousa Mota e Altino Gomes de Andrade Júnior, indicação do governo; Fernanda Mateus C. de Melo  e Daniela Barbosa Soares Arnold , eleitas pela comunidade escolar; Maicon Lopes Mesquita e Rosângela Alves Pereira Ventura , escolha da comunidade escolar e , por fim, atualmente foram eleitas Rosângela Alves Pereira Ventura e Justina Correa Neves Neta, devendo cumprir o mandato até o ano de 2019. Ressaltamos aqui a importância de uma gestão eleita pela comunidade escolar, garantindo assim a vontade do povo que a constitui.

Desde sua inauguração, o espaço físico foi alterado e ampliado. O então chamado bloco A, por exemplo, foi construído anos depois para atender a demanda da comunidade cada vez maior. Importante também a construção da quadra coberta de esportes em 2008, que além de promover a melhoria na prática de esportes ainda é aberta à comunidade para desenvolvimento de Projetos e eventos sociais.

A Biblioteca, criada no mesmo ano da construção da escola, é comunitária e tem proporcionado benefícios para a comunidade e estudantes dessa escola, constituindo espaço de leitura, estudo, pesquisa e encontro de pessoas na busca do conhecimento. O acervo hoje garante este espaço como completo e de altíssima qualidade. Atualmente a biblioteca conta com seis novos computadores, acesso à internet em todos, a fim de melhor receber a comunidade local e escolar.

Durante a construção da escola, foram feitas salas destinadas aos laboratórios de Química, Física e Biologia, o que proporciona até a atualidade a prática de experimentos e desenvolvimento de diferentes práticas pedagógicas para melhorias no processo de ensino aprendizagem.

A partir de 2001, com a destinação de uma das salas para o funcionamento do laboratório de informática, foi instalado também o sistema de funcionamento em rede de computadores (sala dos professores, direção, secretaria, mecanografia e biblioteca), com internet banda larga. Um dos profissionais que se dedicou a este espaço veio a falecer no ano de 2012: Edmur Stevam, professor de Matemática. Desde então, por decisão da comunidade escolar, o laboratório leva o seu nome.

Somente a partir de 2010, iniciou-se no turno noturno a Educação de Jovens e Adultos - EJA, com 4 turmas de 1º segmento vindas do Centro de Ensino Fundamental 504 de Samambaia (CEF 504), cujo turno estava sendo descontinuado. O 1º segmento da EJA corresponde às séries iniciais do Ensino Fundamental (alfabetização, 1ª a 4ª séries). A partir de 2017, essa Instituição de Ensino oferta mais outras quatro turmas de 2º segmento de EJA que se referem às séries finais do Ensino Fundamental.

Em 2011 começou-se a oferecer wi-fi para subsidiar os trabalhos pedagógicos e administrativos e há hoje um desejo de ampliar tal rede por toda a escola, a fim que os alunos a utilizem como fonte de pesquisa e apoio aos trabalhos escolares.

Em 2017, foram adquiridos equipamentos de som, com o objetivo de criar a rádio escolar Skema 304 a qual destinar-se-à fins pedagógicos como a veiculação de notícias, músicas e programas de rádio com conteúdos voltados ao PAS (Programa de Avaliação Seriada) e vestibulares.

Em 2017, também foi adquirido um novo computador para a sala de projeção e multiuso, teleclasse, com o objetivo de atender melhor aos professores e estudantes durante as reuniões e sessões de cinema voltadas ao PAS, ENEM e vestibulares. Para mais conforto e comodidade dos alunos durante as aulas de educação física e intervalos, foram adquiridas mesas e cadeiras de concreto que estão nos corredores e na quadra coberta. Também foram comprados equipamentos de música, tais como: cavaquinhos, pandeiros, guitarras, caixa de som e microfones sob o objetivo de montar uma banda musical escolar.

Em 2018 a escola adquiriu duas mesas de Disco e duas mesas de Totó Pebolim para entretenimento dos alunos durante a aula de Educação Física. Também, fez a aquisição de três impressoras, quatro computadores, duas mesas para a secretaria, armários para a sala dos professores e biblioteca. Alem de ter reformado os banheiros de professores, dos alunos e a cozinha da escola.

Atualmente a escola ainda oferece os três turnos de estudo para a comunidade sendo ensino regular e EJA -1º e 2º segmentos no noturno. Assim, a comunidade escolar entende a necessidade de oferecer aos alunos trabalhadores ou estagiários a opção de mudança de turno na própria escola quando necessário, já que a escola mais próxima regular fica muito distante.

As conquistas obtidas (ao longo desses vinte e sete  anos de história) necessitam ser entendidas como o resultado da luta coletiva de toda comunidade escolar. Este trabalho é inesgotável e as propostas nele contidas, os objetivos, os pressupostos filosóficos que o amparam devem estar em construção permanente.

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